Ato de Identificação do Presidio Madre Palletier de Porto Alegre
Dando seguimento aos atos de identificação
pública dos espaços de tortura e resistência em Porto Alegre, o Comitê
Carlos de Ré convida toda a militância que atua em defesa dos Direitos
Humanos para a identificação pública da Penitenciária Feminina Madre
Pelletier, onde diversas opositoras da ditadura civil-militar brasileira
estiveram presas.
A primeira destas mulheres foi Ignez Maria
Serpa, a Martinha, que estará presente para dar seu testemunho.
Apresentaremos também o relato de outras ex-presas políticas e de
mulheres em situação de prisão hoje, que falarão de sua realidade atual e
do que restou do regime repressor.
Nosso ato agregará uma
homenagem às mulheres que foram protagonistas da resistência, mas que
costumam ter seus papeis reduzidos nas páginas da história, vez que já
na época eram vítimas também do machimo, um machismo que continua
atuando fortemente na disputa pela narrativa deste passado.
O
machismo, sob outras matizes, também vitimiza as apenadas de hoje. Mais
de 70% das mulheres atualmente em situação de prisão foram condenadas
por "associação ao tráfico", sendo que mais de 40% sofria violência
doméstica e se não levassem as drogas para seus maridos/ companheiros
apanhariam em casa.
Este é apenas um dos dos dados que
denuncia o machismo. Traremos outros que vinculam as violências de ontem
e hoje contra as mulheres com a nossa cultura machista e fortemente
militarizada, resultante da ditadura militar ainda não superada em nossa
incompleta transição democrática.
Contamos com vocês neste
ato, que está sendo organizado em conjunto com as mulheres do Madre
Pelletier, com a Coordenaria Penitênciária de Mulheres da Susepe e com
diversas entidades e movimentos sociais que compõem o Comitê Carlos de
Ré e/ou apoiam apoiam a iniciativa.
Que este espaço se torne
um lugar de memória, luta, resistência e transformação social, pelas
mãos de homens e mulheres (!) que ousam lutar por Memória, Verdade e
Justiça!
Será segunda-feira, dia 08/10 em frente ao presídio, às 11:30h.
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